sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

Iniciamos o blog com a intenção de proporcionar um lugar capaz de divulgar o projeto, acolher e instigar participações de artistas, grupos, cidadãos. Sua existência antecipada condiz com a real valorização do processo e da colaborção participativa como elementos fundamentais dessa exposição.


Como a mostra será mutável, já que usaremos a galeria como lugar de experimentação e atelier, não haverá, nesse processo, dias melhores ou piores para nos visitar. Alguns dias serão mais energéticos, outros menos, como qualquer dia da vida de cada um. Estamos construindo um suposto cronograma de ações para que possamos nos orientar e orientar a participação e visitação.


Breve teremos mais informações...

terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

SALA DE ESPERA PARA LUGAR NENHUM é a construção de um espaço onde o corpo vivo e o corpo artificial fragilizam qualquer pressuposto rígido estabelecido na relação entre corpo/circulação/cidade.


A proposta é a criação de um ambiente - espaço de circulação - onde acontecerão ações, performances e exibições de vídeos. O processo será sempre o assunto da mostra.
Ambientando e atormentando o imaginário, propomos a incerteza como confronto ao meio institucional da arte. Assim obra, galeria, mercado, curadoria, cenografia e artista co-existem no vácuo das ações.

Em 17 de abril de 1970, dois eventos paralelos e simultâneos foram inaugurados no Palácio das Artes. Objeto e Participação e Do Corpo à Terra, com curadoria de Frederico Morais, os dois eventos marcaram na história da cidade e da nação um momento crucial de tortura, medo e criatividade excepcional. Diante das manifestações repressivas, próprias do período, os artista participantes desbravaram territórios difíceis, tempos áridos...

Frederico Morais, em texto escrito recentemente e incluído no livro Frederico Morais, relata o acontecimento envolvento os dois eventos e seleciona parte de um ensaio escrito por ele para a revista Vozes, do Rio de Janeiro, citando-o como material capaz de apontar os nortes que definiram as duas mostras.
Cito essa passagem, já que me interessa profundamente sua atualidade.

"Da arte à antiarte, do moderno ao pós-moderno, da arte de vanguarda à contra-arte, a abertura é sempre maior. O horizonte da arte, hoje, é aberto, impreciso. Situações, eventos, rituais ou celebrações - a arte não se distingue mais, nitidamente, da vida e do cotidiano. (...) A vida que bate no seu corpo - eis a arte. O seu ambiente - eis a arte. Os ritmos psicofísicos - eis a arte. A vida intra-uterina - eis a arte. A supra-personalidade - eis a arte. Imaginar - eis a arte. O pneuma - eis a arte. A apropriação de objetos e de áreas - eis a arte. O puro gesto apropriativo de situações humanas ou vivências poéticas - eis a arte."

Diante do momento atual, distinto daquele de 04 décadas atrás mas, ao mesmo tempo, sufocante e castrador tal qual, penso que estimular uma dobra entre esses períodos possa favorecer curas inimagináveis, propensões ao puro ato criativo.

Dia 17 de abril comemora-se 40 anos da abertura oficial do evento.

Vamos comemorar na SALA DE ESPERA PARA LUGAR NENHUM....

Aguardamos a presença de vocês!!!!
Maiores informações nesse mesmo blog...

  wagner



MORAIS, Frederico. Frederico Morais / organizadora: Silvana Seffrin. Rio de janeiro: FUNARTE, 2004. pgs 115 a 123.

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